A geração Z é determinada pelos jovens nascidos entre 1995 e 2010, e constitui um grupo que, desde seu nascimento, tem contato direto com a era digital. Sucessores da Geração Y, os “Zs” são reconhecidos pela sua capacidade hipercognitiva. Conectados diariamente a computadores, dispositivos móveis e informações instantâneas, a geração Z apresenta comportamento competitivo, questionador e individualista, e observa-se que esses jovens são capazes de absorver problemas de maior complexidade e rapidamente eliminar imprevistos.
Um traço marcante da geração Z é o pensamento lógico e a responsabilidade. Além da habilidade de estar em contato com diferentes grupos independente de gênero, classe social ou idade, esses jovens buscam acima de tudo a verdade e tudo aquilo que lhes transmita confiança e praticidade.
Evidências apontam que as criptomoedas têm sido amplamente aceitas entre os “Zs”. Desenvolvidas em plataformas descentralizadas, as criptomoedas representam uma alternativa aos investidores e especuladores do mercado financeiro. Reconhecida como uma inovação robusta e tecnológica, a rede blockchain permite o registro e a criptografia de todas as informações, concedendo um ambiente seguro aos usuários de criptomoedas e evitando portanto esquemas fraudulentos e ataques de hackers.
Diante desse contexto relacionado à segurança e considerando a geração Z, destaca-se o bitcoin. Criado em 2008, o bitcoin é reconhecido como a principal criptomoeda por capitalização de mercado, e permanece no topo do ranking mundial dentre as moedas digitais. Devido ao crescente número de usuários do bitcoin, o qual tem sido constantemente utilizado como opção de pagamento e em transações financeiras que podem ser concluídas em um clique, recentemente foi constatado que a Geração Z é mais aberta ao criptoativo, afinal os jovens possem mais facilidade para aprender como comprar criptomoedas, enquanto as pessoas mais velhas costumam ter um pouco de dificuldade em utilizar tecnologias. Atualmente, a utilização de criptomoedas na prática não é trivial e requer um pouco de expertise, isso ajuda a explicar o motivo pelo qual a nova geração de jovens aderiu muito mais rapidamente o setor de criptoativos.
De fato, considerando o expressivo interesse demonstrado pelos jovens da geração Z, a previsão é de que uma maior movimentação no mercado financeiro seja provocada em um futuro próximo por indivíduos de 18 a 24 anos. Além da praticidade e ampla gama de serviços possibilitados pelas criptomoedas, um dos principais fatores contribuintes para tal estimativa é o processo de modernização das empresas. Atualmente, muitas companhias estão optando pelo uso de tokens baseados em blockchain devido à segurança concedida. De fato, a inserção de tokens digitais dá início a uma nova geração no comércio. A proposta permite a realização de pagamentos instantâneos por meio de transações transparentes e práticas. O intuito é também desenvolver programas de fidelidade com o objetivo de aprimorar a experiência dos clientes e facilitar o uso do programa de pontos e benefícios.
Uma pesquisa recente divulgada pela prestadora de serviços KPMG revelou que a geração Z tem demonstrado cada vez mais interesse em investir em criptomoedas. Realizado nos Estados Unidos, o estudo aplicou um questionário referente à possível aquisição de criptomoedas e ao processo de tokenização baseado na tecnologia blockchain, que tem sido opção para empresas de diferentes segmentos do país como uma forma de buscar maior transparência e segurança.
De acordo com o estudo da KPMG, a geração Z é a mais propícia ao uso de criptomoedas em comparação aos outros grupos. Enquanto o relatório exibe um interesse por parte de 83% do grupo questionado, a geração Y, referente aos jovens que têm entre 25 e 34 anos, soma 71%.
Em dezembro de 2019, a corretora norte-americana Charles Schwab também divulgou um relatório referente às estratégias de investimento em criptoativos utilizadas por diferentes grupos de pessoas. A pesquisa reuniu a análise de mais de 140.000 planos de aposentadoria contratados por clientes de diferentes faixas etárias. Na ocasião, a corretora também constatou a participação dos jovens da geração Y.
Além do expressivo interesse pela aquisição de criptomoedas e receptividade relacionada ao uso da tecnologia blockchain em serviços corporativos, em 2020, o veículo de informação CoinTimes relatou que a geração Z tem inclusive utilizado o bitcoin em um jogo de guerra para combater esquemas de corrupção.
O Jogo do Pentágono, denunciado pelo The Intercept, consiste em simulações teóricas de revoltas na sociedade, e representa uma maneira de prever e debater possíveis conflitos internos e externos. Desenvolvido pela geração Z, o jogo aborda questões referentes aos grupos terroristas e extremistas e rebeliões anti-capitalistas, e é centralizado no uso do bitcoin. Apesar de não passar de uma guerra cibernética, o Jogo do Pentágono ilustra o conhecimento e crescente interesse de jovens da geração Z pelas criptomoedas.
Por sua vez, o site britânico CriptoDaily afirma que os jovens dessa geração são os mais propensos a terem uma opinião positiva em relação às criptomoedas, e ainda revela que o cenário de pandemia declarado pela Organização Mundial da Saúde e provocado pelo coronavírus contribuiu para que os “Zs” começassem a buscar alternativas de proteção ao patrimônio. Robert Kiyosaki, autor do best-seller internacional Pai Rico Pai Pobre, após pronunciamento recente em seu Twitter, também ressaltou a importância de manter na carteira opções de reserva de valor, como bitcoin, ouro e prata, fortalecendo o mercado dos criptoativos.
De forma mais categórica, o editor do site In Bitcoin We Trust, Sylvain Saurel, estabelece que o investimento em criptomoedas representa uma revolução monetária, e aponta que todas as gerações devem estar abertas ao assunto. No entanto, Saurel afirma que o maior interesse tem sido demonstrado pela geração Z. Com base em suas pesquisas referentes ao mercado financeiro, o editor afirma que os “Zs” apresentam a maior probabilidade de realizarem pagamentos e transações bancárias usando bitcoin a partir de um smartphone. Ele destaca que a geração Z é marcada por jovens curiosos e interessados em assuntos referentes à tecnologia, o que favorece o uso dos criptoativos.
No cenário nacional, um relatório da Forbes constatou que o forte estímulo no preço do Bitcoin tem sido impulsionado por adultos que recebem salários superiores a 600 mil reais por ano, jovens da geração X e, inclusive, por jovens da geração Z. No Brasil, a Forbes estima que aproximadamente 7% dos investidores em bitcoin sejam representantes desta geração, e ainda destaca a expectativa de crescimento para os próximos anos devido ao maior interesse desses jovens em relação à criptoesfera.